Setembro, mês de regresso às aulas e este ano com novidades no que diz respeito aos lanches dos nossos miúdos.
Em Agosto foi publicado um decreto cujo objetivo é impulsionar uma alimentação mais saudável entre os mais jovens desta vez através da proibição da venda de determinados alimentos nas escolas.
Na verdade, embora a taxa de obesidade entre os mais novos tenha diminuído nos últimos anos, a obesidade infantil continua a ser elevada no nosso país e o consumo de alimentos menos saudáveis (ricos em açúcar, gordura e sal) continua muito elevado.
Sendo as escolas um lugar de Educação, esta iniciativa foi no geral bem recebida pelos pais que agradecem e encaram estas medidas como necessárias e importantes para um crescimento saudável dos seus filhos. Contudo continuam a existir pais que alegam ter sido um exagero a proibição destes alimentos (menos saudáveis).
Assim, gostaríamos de deixar a nossa opinião em relação a algumas dúvidas/questões que normalmente surgem nestas situações:
1. “Não faço as melhores escolhas porque uma alimentação mais saudável é mais cara.”
Uma alimentação mais saudável não é mais cara e pode até ser mais barata. Legumes, fruta, leite, iogurtes não são mais caros do que batatas fritas, refrigerantes ou bolos. Tendo uma boa orientação em como compor refeições saudáveis e equilibradas é possível até que faça poupanças no que diz respeito ao budget familiar.
2. “O meu filho não gosta desta nova alimentação e vai passar fome ou vai comprar comida fora da escola.”
O objetivo destas medidas, para além de cortar o acesso diário a estes alimentos que não são saudáveis, é também incentivar os pais a seguir a mesma orientação. Casa e Escola devem estar em sintonia e esta poderá ser uma oportunidade para começar a implementar uma alimentação mais saudável na família. É assim importante reforçarmos junto dos nossos filhos que estes alimentos que foram agora retirados dos bares das escolas, são alimentos prejudiciais à saúde quando consumidos numa base regular. O que significa que podem ser consumidos sim, mas de forma esporádica.
3. “Não concordo porque não se deve proibir tudo de uma só vez.”
Várias medidas têm vindo a ser tomadas pelo nosso país ao longo dos últimos anos, principalmente no que diz respeito à composição dos alimentos, nomeadamente redução do teor de sal e açúcar. Como alguém referiu é impossível obter resultados se não colocarmos o dedo na ferida. Prevenir é a chave e prevenir passa por educar as nossas crianças para um Estilo de vida Saudável incluindo a alimentação. O impossível será tentar educar estas crianças quando as mesmas no local onde recebem a maioria da sua educação e formação enquanto adultos podem ter acesso diário a alimentos não saudáveis, sendo até contraditório…
4. “O meu filho nem consumia todos os dias estes alimentos, só de vez em quando.”
Esse é mesmo o objetivo! Que estes alimentos sejam vistos como exceção, para ocasiões especiais. Para isso existem as festas de aniversário e ocasiões especiais fora da escola. Como sugestão poderá ser adotado o dia especial da semana onde poderá existir uma refeição “livre”. O objetivo não é sermos fundamentalistas, mas sim consistentes na educação do dia-a-dia.
5. “Estou perdida porque não sei o que mandar na lancheira do meu filho.”
Foi publicado um guia para auxiliar os pais nesta tarefa. Ao longo do próximo mês iremos “descascar” este guia da DGS (disponível aqui) para o auxiliar a construir lanches saudáveis e equilibrados.
E porque é que em vez de nos focarmos naquilo que foi eliminado, não nos focamos na simplicidade e fácil acesso dos alimentos que estão a ser promovidos?
Tais como:
Vegetais
Fruta
Pão
Laticínios: leite, queijo e iogurtes
Bebidas Vegetais
Ovos
Conservas de peixe
Frutos secos e respetivas pastas
Leguminosas e respetivos patés
Ainda continua a achar que uma alimentação saudável é mais cara e complicada? Durante os próximos dias vamos partilhar receitas simples, saudáveis e equilibradas pensadas nas lancheiras dos mais pequenos, onde poderá verificar que não é mais caro nem mais complicado.
Precisa de mudar? Sim, provavelmente precisa, mas algum dia teremos que dar esse passo…por nós e por eles.
Juntos em casa e na escola podemos mudar e contribuir para uma sociedade mais saudável e feliz!
Aqui fica a lista dos alimentos que foram proibidos nas escolas:
Pastelaria, designadamente bolos ou pastéis com massa folhada e/ou com creme e/ou cobertura, como palmiers, jesuítas, mil-folhas, bola de Berlim, donuts, folhados doces, croissants ou bolos tipo queque;
Salgados, designadamente rissóis, croquetes, empadas, chamuças, pastéis de massa tenra, pastéis de bacalhau ou folhados salgados;
Pão com recheio doce, pão-de-leite com recheio doce e croissant com recheio doce;
Charcutaria, designadamente sanduíches ou outros produtos que contenham chouriço, salsicha, chourição, mortadela, presunto ou bacon;
Sandes ou outros produtos que contenham ketchup, maionese ou mostarda;
Bolachas e biscoitos, designadamente bolachas tipo belgas, biscoitos de manteiga, bolachas com pepitas de chocolate, bolachas de chocolate, bolachas recheadas com creme e bolachas com cobertura;
Refrigerantes, designadamente de fruta com gás e sem gás e aqueles cuja composição contenha cola e/ou extrato de chá, águas aromatizadas, refrescos em pó, bebidas energéticas, bem como os preparados de refrigerantes;
Guloseimas, designadamente rebuçados, caramelos, pastilhas elásticas com açúcar, chupas ou gomas;
Snacks doces ou salgados, designadamente tiras de milho, batatas fritas, aperitivos, pipocas doces ou salgadas;
Sobremesas doces, designadamente mousse de chocolate, leite-creme ou arroz-doce;
Barritas de cereais e monodoses de cereais de pequeno-almoço;
Refeições rápidas, designadamente hambúrgueres, cachorros-quentes, pizas ou lasanhas;
Chocolates;
Bebidas com álcool;
Molhos, designadamente ketchup, maionese ou mostarda;
Cremes de barrar, à base de chocolate ou cacau e outros com adições de açúcares;
Gelados.
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