Ser fisicamente ativo, para além de ajudar a manter um peso saudável (estar acima do peso recomendado é um factor de risco para o cancro da mama) ajuda também a prevenir o cancro por interferir no nosso metabolismo, no sistema imunológico e no sistema endócrino.
No entanto, a evolução da sociedade e mais recentemente a situação de pandemia mundial, tem incentivado as pessoas a aumentar o tempo que passam em frente aos ecrãs, promovendo um estilo de vida mais sedentário.
Na verdade, existe uma grande percentagem de pessoas que não fazem o mínimo de atividade física recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que relembramos:
5 a 17 anos – 60 minutos de atividade física moderada diária.
Crianças e adolescentes devem acumular no mínimo 60 minutos de atividade física moderada diária.
Um estudo muito recente, publicado no jornal The Lancet Child & Adolescent Health e realizado por pesquisadores da OMS, mostrou que mais de 80% dos adolescentes em idade escolar (idade entre os 11 e os 17 anos) em todo o mundo não fazem as recomendações atuais de pelo menos uma hora de atividade física por dia - incluindo 85% das meninas e 78% dos meninos.
Medidas urgentes são necessárias para incentivar e aumentar os níveis de atividade física neste escalão uma vez que a inatividade nestas idades irá comprometer a saúde futura destes jovens.
18 a 64 anos - 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa por semana.
A recomendação aplica-se a todos os adultos, sobretudo para os que têm doenças crónicas tais como a Hipertensão e a Diabetes (desde que não comprometam a sua mobilidade).
Estas recomendações não são difíceis de atingir, basta uma caminhada de 30 minutos por dia (30min x 5 dias = 150 minutos) no entanto para maiores benefícios as recomendações são aumentar o tempo de atividade física para além dos 150 minutos semanais e combinar exercícios aeróbicos com exercícios de força.
+ 65 anos - 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade física intensa por semana.
Para os adultos de mais de 65 anos as recomendações mantêm-se sendo também recomendável a prática de exercícios que promovam o equilíbrio.
CANCRO DA MAMA E A ATIVIDADE FÍSICA. QUAIS SÃO AS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS?
Segundo o WCRF (World Cancer Research Fund) existem fortes evidências de que: ser fisicamente ativo diminui o risco de Cancro da mama (pós menopausa), do colo do útero e do endométrio.
Existem também evidência que a atividade física vigorosa diminui o risco do cancro de mama pré e pós-menopausa (por exemplo, corrida ou ciclismo rápido).
ATIVIDADE FÍSICA E O CANCRO DA MAMA NA PÓS-MENOPAUSA
Tal como referimos, a atividade física afeta o nosso metabolismo, a produção de hormonas e as nossas defesas.
A atividade física regular reduz a gordura corporal e, portanto, tem um efeito benéfico no risco do cancro da mama. Para além disso, contribui também para:
Redução dos níveis de estrogénio em circulação;
Promove a sensibilidade à insulina e reduz os níveis de insulina em jejum (que estão ligados a um maior risco de cancro da mama na pós-menopausa);
Redução dos níveis de IGF-1 em circulação (fator de crescimento semelhante à insulina associado ao aumento do risco de cancro da mama);
Melhora a resposta do sistema imunitário, promovendo a “vigilância” das células tumorais.
Estudos também mostraram que o exercício aeróbico pode diminuir o stress oxidativo e melhorar os mecanismos de reparação do ADN das nossas células podendo evitar a carcinogénese (formação do cancro).
ATIVIDADE FÍSICA E O CANCRO DA MAMA NA PRÉ-MENOPAUSA
A evidência científica mostra que a maior exposição a estrogénios aumenta o risco de cancro da mama em mulheres na pré-menopausa e na pós-menopausa.
Praticar atividade física contribui para a diminuição dos níveis de estrogénios e androgénios na pós menopausa e alguns estudos mostraram também que um nível de atividade física elevado reduz os estrogénios circulantes, aumenta a duração do ciclo menstrual e diminui a ovulação em mulheres na pré-menopausa.
Em resumo, as evidências indicam que, em geral, quanto mais fisicamente ativa a pessoa é, menor é o risco de cancro da mama.
Contra factos não há lugar para argumentos! Encontre a sua motivação e mexa-se muito.
Fontes:
OMS
WCRF
ANA JORGE
NHC Founder
Nutritionist, Master Coach
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